quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Àparte

Estamos sós?
Recolha essa cortina.
Ponha um ar normalzinho...
Disfarce. Como se falássemos de sobremesas.

Só para si, hã?
Digo-lho ao ouvido.
E é ouvir agora e calar para todo o sempre...
Repare que não é algo que vá por aí alardear em feiras ou museus.

Que cara é essa?
Tem de aprender a conviver com segredos!
Prometa-me que será um túmulo imaculado....
Quando souber cairá redondinho no chão...

Nervoso?
Não é caso para tanto...
Chegue-se para aqui para não nos ouvirem.
Ou melhor... cole-se a mim, para que os meus lábios quase não se mexam.

Só eu sei o que vai cá dentro!
Ai que calor....
E só Deus sabe o que me custa, custar a Ele!
Enfim...
Vou desabotar as pregas da minha alma!
São jactos de mim que recebe!
Prepare-se.
Está pronto?
Ui! Que mal estar! Quase desfaleço...

Olhe...
Desfaça-se o mistério que não aguento mais.

Queria dizer-lhe...
Queria dizer-lhe...

que.

Sem comentários:

Enviar um comentário