domingo, 6 de dezembro de 2015

Alguém me disse numa ocasião que tinha algo especial. Pensei que era cancro mas era afinal a escrita. A escrita como um belo cancro regenerador das palavras e da cabeça. Sentei-me pouco depois à secretária para tirar tudo a limpo. Enfastiadamente especial, sentei-me para escrever, para tentar puxar pela escrita como um funcionário de repartição em luta com o seu desejo de foder os utentes. Dez horas em frente ao computador e não escrevi nada. Mas esse nada foi a coisa mais justa que podia ter escrito. Desde esse ocasião quando alguém me fala em especialidades ataco-o com o meu silêncio poético. Sou demasiado bom a calar para ficar com a boca a meio de.

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