sexta-feira, 23 de junho de 2017


Leio: uma centenária morre com a mão no ombro de um bisneto. Creio: falecer talvez seja uma forma de nos apoiarmos na eternidade. Mas o apetite é tanto, tanto, cheira tudo tão bem.

Leio: não tive tempo para odiar pois que a vida não é assim tão ampla que pudesse completar a inimizade. Creio: a perfeição dos horrores também é lenta, também tricota o árido e o ácido, com o mel e o fel. Mas eu ia a caminho de casa e desviava-me das pedras, tanto, tanto.

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